Na noite do dia 5 de maio, o Auditório da Escola de Engenharia da UFMG foi cenário de uma cerimônia repleta de afeto, memória e reconhecimento. O professor Ronaldo Tadêu Pena, figura central da história do Departamento de Engenharia Eletrônica (DELT) e da Universidade como um todo, foi oficialmente agraciado com o título de Professor Emérito pela Escola que o formou, acolheu e viu transformar-se em um de seus grandes líderes, tendo sido seu diretor, de 1990 a 1994.


A homenagem reuniu professores, técnicos e estudantes de diferentes gerações. Vários dos colegas aposentados — nomes que ajudaram a construir o DELT — fizeram questão de comparecer, compondo um reencontro que, mais do que institucional, foi familiar. A presença de sua filha, a professora Patricia Pena, também do DELT, conferiu um sentido ainda mais profundo à ocasião. A trajetória de Ronaldo foi, não apenas, vivida dentro da Escola de Engenharia, mas compartilhada com ela por toda uma vida — no sentido literal.


A mesa da cerimônia foi composta por autoridades da Universidades, incluindo a reitora Sandra Goulart Almeida, o vice-reitor Alessandro Moreira, e ex-reitores como Ana Lúcia Gazzola e Jaime Ramirez. Em todos os discursos, um ponto comum: era impossível ser breve ao falar de Ronaldo Pena. O vice-reitor, em tom pessoal e emocionado, referiu-se a si mesmo como “um aprendiz de Ronaldo” — expressão que pareceu ecoar os sentimentos da comunidade acadêmica ali presente.



Ronaldo construiu uma trajetória rara. Patrono da “Medalha Ronaldo Pena”, concedida ao primeiro colocado de cada turma de Engenharia de Controle e Automação, ele orientou ou co-orientou 23 dissertações de mestrado e uma tese de doutorado. Presidiu dois Congressos Brasileiros de Automática — o VI, em 1986, e o XX, em 2014 —, ambos sediados na UFMG. Entre suas parcerias mais duradouras, destaca-se a construída com o professor Fábio Gonçalves Jota, com quem publicou artigos, orientou trabalhos e levou conhecimento aplicado à indústria por meio de consultorias e cursos na área de Controle de Processos Industriais.













Como reitor da UFMG, na gestão de 2006 a 2010, entre inúmeras realizações para toda a universidade, como aquelas associadas ao Programa Reuni, viabilizou a construção do complexo da Escola de Engenharia no Campus Pampulha, deixando um legado que não se mede apenas em concreto, mas em possibilidades de futuro.
Ao fim da cerimônia, a confraternização reuniu colegas de tempos distintos, mas atravessados pela mesma referência: Ronaldo Pena. Gratidão foi o sentimento visível nos olhares e nos abraços — discretos, mas intensos — trocados entre quem viveu, conviveu e aprendeu com o homenageado. Estudantes hoje matriculados também marcaram presença, sinal de que seu impacto ainda pulsa em cada disciplina ministrada, em cada projeto de pesquisa que carrega sua marca, em cada conversa de corredor que cita suas contribuições.
Ronaldo é agora oficialmente, e pela segunda vez, professor emérito da UFMG — o primeiro título foi concedido pela Faculdade de Odontologia, em 2018. O reconhecimento, contudo, nunca esteve só no título. Está no que ficou. Está no que segue.





























































































