Departamento de Engenharia Eletrônica

55 anos em 2024

Criação aprovada na 717ª sessão da Congregação da Escola de Engenharia da UFMG em 21/02/1969

Sumário

As Origens do Departamento de Engenharia Eletrônica

Na Escola de Engenharia da UFMG os departamentos de Engenharia Elétrica e de Engenharia Eletrônica, foram criados separados. Hoje, mesmo trabalhando em muitos temas comuns, a separação administrativa permanece. Ao longo do tempo tentativas foram feitas de unir os dois departamentos, mas as comunidades docentes, nunca chegaram a um acordo. É interessante buscar as raízes dessa separação, muito embora a maioria de seus atores já sejam falecidos. Como se sabe, as instituições universitárias, sejam departamentos, faculdades ou mesmo as universidades, parecem ter seus DNAs específicos. Na análise de posicionamentos institucionais de um certo núcleo em qualquer época, verifica-se que tais posicionamentos guardam sempre elementos em comum. Nesse caso, fatos ocorridos em meados da década de 1960, ao tempo das cátedras, acabaram por influenciar a situação administrativa na UFMG dos dois departamentos da área elétrica até os dias de hoje. 

A reforma universitária de 1968 acabou com as cátedras e criou os departamentos acadêmicos. Importante notar que os estudantes, até então, sempre lutaram contra a chamada “cátedra vitalícia”, mas foram radicalmente contra a Reforma. Para o movimento estudantil, extremamente ativo à época, tratava-se de mais um absurdo cometido pela Ditadura (1964-1985). A Reforma era taxada como uma manobra imperialista dos Estados Unidos, através do acordo MEC-USAID. Pois bem, a história da existência do DELT começa antes da Reforma, quando as áreas profissionais da Escola de Engenharia eram constituídas de Institutos, comandados com mão forte pelos respectivos catedráticos. O Instituto de Eletrotécnica funcionava no prédio original da Escola, hoje Centro Cultural da UFMG, na Av. Santos Dumont, 174. As outras áreas tinham se mudado para os novos prédios construídos por Mário Werneck, Diretor da Escola entre 1944 e 1964, quando, após o Golpe Militar, ele foi defenestrado pela Congregação numa reunião que é bom não recordar. 

Em 1966 morrera o Prof. Moacyr Duval de Andrade, catedrático de Eletrotécnica. Conforme as regras de então, um concurso foi aberto para preenchimento da vaga respectiva. Todos os professores assistentes da cadeira de Eletrotécnica eram candidatos potenciais. No Setor de Eletrônica do Instituto de Eletrotécnica, constituído à época de uma sala de professores e dois laboratórios (Eletrônica Fundamental e Telecomunicações), havia um candidato, o Prof. Flávio Soares de Menezes, que vinha de um mestrado nos Estados Unidos, situação extremamente rara à época. Ele, no prazo previsto em edital, logo apresentou sua tese sobre uso de Root Locus na análise de sistemas dinâmicos lineares. Flávio Menezes foi o único inscrito, mas o concurso nunca foi realizado por decisão das lideranças da época. Esse fato certamente influenciou a separação muito marcante do setor de Eletrônica em relação às outras áreas do Instituto de Eletrotécnica.

A criação do departamento foi proposta pelo prof. Hugo Luiz Sepúlveda, à época chefe do Instituto de Eletrotécnica. A razão colocada era de que se pretendia oferecer em futuro próximo uma opção em Eletrônica para o curso de Engenharia Elétrica. A proposta foi aprovada na 717ª Sessão da Congregação da Escola de Engenharia, em 21 de fevereiro de 1969. E assim, o pequeno grupo de professores formaram em 1969 o Departamento de Engenharia Eletrônica da EEUFMG. Como se verá, a opção em Eletrônica só viria a ser cogitada em 1977. O Departamento até 1978 manteve-se responsável por, originalmente, duas disciplinas anuais do curso de graduação em Engenharia Elétrica que, com a reforma universitária, se desdobraram em quatro disciplinas semestrais.

A Revolução no Ensino de Engenharia Elétrica na UFMG

Até os anos 1960, no Brasil, os cursos de engenharia de modo geral, em sua parte profissional, usavam as apostilas escritas pelos professores das disciplinas respectivas. Essas apostilas continham todos os tópicos que seriam tratados em aula. Elas eram chamadas “bentas” pelos alunos, que diziam tratar-se de um diminutivo de “sebentas”, uma vez que eram usadas intensivamente e costumavam ir se sujando ao longo do tempo. A Gráfica da Escola era, então, um setor importante, que ocupava com suas máquinas e oficinas de impressão metade do primeiro andar do edifício Arthur Guimarães (R. Espírito Santo 35). A chamada “Seção Gráfica” imprimia e vendia aos alunos as bentas das disciplinas. 

Especificamente, o Prof. Hugo Sepúlveda era autor de um conjunto de 11 bentas usadas em suas aulas de Conversão Eletromecânica da Energia. O conjunto era também usado em outros cursos de Engenharia Elétrica da região. Pois bem, no fim de 1967, o Prof. Hugo, então Chefe do Instituto de Eletrotécnica, deliberou que o curso de Engenharia Elétrica da UFMG, a partir de 1968, não mais usaria bentas em nenhuma de suas disciplinas. Bem ao seu estilo, proibiu reedições de suas apostilas e determinou que todos os professores responsáveis por disciplinas de Engenharia Elétrica adotassem livros-texto. Sua decisão foi de que no curso de Engenharia Elétrica se ensinaria pelos livros-textos originais, fossem estes em inglês (a maioria), em francês ou mesmo em italiano. Estabeleceu-se uma revolução entre estudantes de Engenharia Elétrica, pois praticamente não havia livros-textos em português e poucos alunos tinham intimidade com línguas estrangeiras. 

Contudo, a ordem era do Mestre Hugo e, portanto, tinha que ser seguida. Assim, a partir de 1968, a maioria dos alunos, aqueles que não dominavam o inglês, foram forçados a adquirir dicionários que eram consultados todo o tempo, anotando-se a tradução de palavras desconhecidas nas próprias páginas dos livros. Um aspecto colateral interessante e divertido foi que surgiram na Belo Horizonte de então cursos de inglês voltados para a demanda forte dos estudantes de Engenharia Elétrica da UFMG e da PUC também, que logo acompanhou a nova norma de livros-texto, pois vários professores lecionavam nos dois cursos. Surgiu até um curso, criado por aluno da Escola de Engenharia, que se propunha a ensinar inglês enquanto o candidato dormia em confortável poltrona, com fones nos ouvidos. Em todos esses cursos de inglês, os preços eram especiais para os alunos de engenharia. 

Um outro aspecto mais sério dessa revolução provocada pela decisão do Prof. Hugo é que, por não haver no Brasil livros suficientes já importados, e pelas dificuldades de importação, note-se que a Amazon só surgiria meio século depois, os alunos começaram a usar uma técnica para copiar os livros denominada plastplate. Os livros copiados tinham uma série de disclaimers na capa para evitar conflitos na Justiça. Contudo, considerados como coisa de estudantes, sem fins lucrativos, tudo se realizou sem grandes dificuldades por vários anos até que os sistemas de importação das livrarias passaram a dar conta da questão. 

Essa tomada de posição no curso de Engenharia Elétrica, que não foi adotada nos outros cursos da Escola, foi um marco muito importante na carreira dos Engenheiros Eletricistas aqui formados. O mercado de trabalho foi muito alargado e, além dos espaços tradicionais nas siderúrgicas, nas concessionárias de energia e telefonia e nas firmas de projetos elétricos industriais, Engenheiros Eletricistas da UFMG, e também da PUC, passaram a ocupar espaço significativo em áreas de tecnologia mais avançada, como a nascente indústria aeronáutica em São Paulo e a área de Computação, também em franca ascensão no Brasil de então. Muitos seguiram carreiras acadêmicas após se destacarem em programas de pós-graduação da COPPE-UFRJ, PUC-Rio, ITA, INPE e USP.

Os Anos 1970 na Escola de Engenharia

Os anos de 1970 começaram com enorme progresso para a produção de conhecimentos na Escola de Engenharia. Foi essencial o papel do Diretor Hugo Luiz Sepúlveda como promotor e animador de uma grande revolução na escola, com o início da pós-graduação stricto sensu. Engenheiro eletricista com forte encaixe no mercado de trabalho, Hugo Sepúlveda foi, também, professor muito competente e extremamente rigoroso com seus alunos. 

Ao assumir a Diretoria da escola em 1971, o Prof. Hugo atuou sempre com a mesma dedicação e visão de futuro. Quase que imediatamente após a posse, lançou programas de mestrado em várias áreas e para isso contou com a trabalho forte e competente da Prof.a Odette Vieira Gonçalves de Souza, que vinha de mestrado recente em Engenharia Química na COPPE-UFRJ e passou a dirigir a chamada COPGE, Coordenação de Pós-Graduação em Engenharia. Na diretoria da Escola, Hugo Sepúlveda sempre brincava que “o muito difícil já foi executado hoje, agora o impossível… só amanhã”.

O Prof. Hugo iniciou, e manteve durante todo o mandato, o essencial processo de profissionalização de jovens promissores na carreira docente, viabilizando suas contratações em regime de dedicação exclusiva, o que era raro até então. Suas ações resultaram em significativo progresso para todos os 13 departamentos da escola. Jovens mestres eram “repatriados” tão logo se formavam nas universidades das duas metrópoles brasileiras; professores eram estimulados a saírem para programas de mestrado e doutorado no país e no exterior; programas nascentes de mestrado, como o mestrado em Metalurgia iniciado no IPR-UFMG, eram trazidos para a escola; todo o apoio era prestado a quem chegasse com boas ideias; jovens docentes, ainda promessas, eram abertamente apoiados politicamente, em suas lutas para o desenvolvimento da Escola. O DELT aproveitou muito bem o entusiasmo do Prof. Hugo e, por isso, muito deve à visão de futuro desse grande Mestre. 

O Curso de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica foi criado, inicialmente, com uma única área de concentração em Sistemas Elétricos de Potência, com a participação apenas de professores do Departamento de Engenharia Elétrica da Escola. Essencialmente, o Prof. Hugo contratou Engenheiros da CEMIG, com mestrado nos Estados Unidos, para implantação desse Mestrado. Logo depois, um primeiro jovem professor de Engenharia Elétrica, José Celso Borges de Andrade, foi enviado à França para doutoramento em Toulouse. 

Em seu esforço para criar a pós-graduação em Engenharia Elétrica, o Prof. Hugo Sepúlveda visitou o ENSEEIHT (École Nationale Supérieure d´Électrotechnique, d´Électronique, d´Informatique et d´Hidraulique de Toulouse). Lá, através de contatos com os professores Jean Lagasse, diretor do LAAS (Laboratoire d’Analyse et d’Architecture des Systèmes) e Max Marty, diretor do LEEI (Laboratoire d´Électrotechnique et d´Électronique Industrielle), estabeleceram-se as bases para um convênio de cooperação técnico-científica da Embaixada da França no Brasil com a Escola de Engenharia. Um projeto detalhado deveria ser apresentado à Embaixada prevendo a vinda a Belo Horizonte de “professores cooperantes militares” (engenheiros), que eram jovens que tinham optado por substituir o serviço militar francês por dois anos de cooperação internacional e, também, de “professores cooperantes civis” (doutores). Por outro lado, o programa de cooperação previa também a ida de professores da Escola de Engenharia à França, para estágios curtos e/ou doutoramento.

Nasce o Departamento de Engenharia Eletrônica

No dia 05 de março de 1969, com a presença dos seus oito professores: Flávio Soares de Menezes (primeiro chefe, nomeado pelo Diretor da Escola, Prof. Cássio Mendonça Pinto), Geza Gabriel Burger, Judas Tadeu Chaves de Miranda, José Maria Gomes, João Carlos Pires Bauer, José Maria da Silva Souza (assessor da chefia), Haroldo Rocha Vianna e Jorge Henrique Gerken Sobrinho, foi realizada a primeira reunião do departamento.

Vale aqui uma consideração sobre o Prof. José Maria da Silva Souza, carinhosamente chamado pelos alunos de José Maria Praxedes. Formado no ITA, ele veio para Belo Horizonte e se dedicou com extremo vigor e competência ao Departamento de Engenharia Eletrônica e à Escola de Engenharia.

O primeiro osciloscópio de maior precisão, um Tektronix com memória por persistência luminosa, adquirido para o Laboratório de Telecomunicações, foi resultado de seu esforço na coordenação do referido laboratório. Era um batalhador. Em 1965, por exemplo, numa discussão na Congregação sobre a concessão de bolsas da FUMP aos alunos, ele defendeu o argumento de que os alunos deveriam ser entrevistados individualmente para se saber a real situação econômica das respectivas famílias. Quem faria as entrevistas? Na falta de candidatos a entrevistadores, ele, como defensor da ideia, entrevistou sozinho todos os candidatos a bolsa, um-a-um.

Além das atividades docentes, ele se envolvia extramuros com a busca de soluções de aumento da renda de famílias em situação de vulnerabilidade social da região em que morava na cidade. Por motivos pessoais, o Professor deixou Belo Horizonte indo para Santa Rita do Sapucaí, onde, com sua competência e dedicação, foi mais uma vez fundamental no desenvolvimento do INATEL.

Na época, os regimes de trabalho dos professores da Universidade eram de tempo parcial, 12 e 24 horas semanais, ou de Tempo Integral 40 horas semanais. Professores com atividades de pesquisa, além das 40h, podiam solicitar à Universidade, além do Tempo Integral, um abono correspondente ao então denominado RETIDE, Regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva. Posteriormente, os regimes de 12 e 24 h foram unificados em 20h semanais. De certa forma, essa mudança não foi boa para a Escola de Engenharia. Até então, os professores de 12 horas apenas davam as aulas, não permanecendo na Escola. Os de 24h ficavam, de segunda a sábado, um turno inteiro em gabinetes nos respectivos departamentos. Com a unificação dos regimes, ao invés de todos ficarem um turno, 4h por dia, que dariam as 20 h semanais (aí já não se trabalhava no sábado), todos passaram a adotar o esquema anterior das 12 h, ou seja apenas darem as aulas e se retirarem para outras atividades profissionais. No início do DELT, as atividades de laboratório eram coordenadas, para o 4º ano eletricista, pelo professor José Maria Gomes e, para o 5º ano, pelo Prof. José Maria da Silva Souza.

As disciplinas sob responsabilidade do DELT, exclusivas para o curso de Engenharia Elétrica, eram: (i) Eletrônica Fundamental (4º ano) e (ii) Eletrônica Industrial – Comunicações e Princípios de Controle e Servomecanismos (5º ano), na fase de seriação anual. Com a Reforma, passou-se ao regime semestral e as disciplinas tornaram-se: (i) Eletrônica Fundamental I (7º Período), (ii) Eletrônica Fundamental II (8º período), (iii) Princípios de Telecomunicações (9º Período) e (iv) Eletrônica Industrial e Princípios de Controle e Servomecanismos (10º período). 

Ainda em 1969, os Profs. Haroldo Rocha Vianna e José Maria Gomes foram eleitos chefe e subchefe, respectivamente. Neste mesmo ano, chegaram ao departamento os Profs. Luiz Maurício Wanderley de Souza, Luiz Paulo Wilke Borato, Hipácio Gomes Marra e Aníbal Machado Hermeto. Deixaram o DELT naquele ano, por pedido de demissão, os Profs. Judas Tadeu Chaves de Miranda e Jorge Henrique Gerken Sobrinho, enquanto o Prof. Flávio Soares de Menezes licenciou-se para se integrar ao IPR – Instituto de Pesquisas Radioativas da UFMG.  

Em 1970 entram os Profs. Marcelo de Almeida Menin e Vitor Purri Netto, além da Sra. Lourença Álvares de Andrade, que atuou como secretária do DELT por muitos anos, até se transferir para a Faculdade de Medicina. O Prof. Carlos Alberto Ribeiro de Andrade, Engenheiro da EMBRATEL, assumiu em 1972. 

Em 1973 o DELT passa a contar com o Prof. Antônio Eustáquio Vieira, Auxiliar de Ensino em dedicação exclusiva, fazendo seu mestrado em Engenharia Elétrica. Além disso, foi aprovada a participação do DELT no Programa CAPES – Ministério do Planejamento, criado alguns anos antes com o objetivo de “fixar” mestres nas universidades federais. 

Neste programa, a CAPES dava uma bolsa ao docente com valor do salário de professor assistente, por até dois anos, e a Universidade o contratava após a vigência da bolsa. O projeto do DELT previa a contratação dos professores Jurandyr Santos Nogueira, Ricardo José Machado e Ronaldo Tadêu Pena, todos recém-graduados no mestrado em Engenharia Biomédica da COPPE-UFRJ. Eles viriam em Regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva, para formarem o Grupo de Pesquisa em Engenharia Biomédica. O Prof. Ricardo Machado acabou por não vir, mas Jurandyr e Ronaldo iniciaram atividades no segundo semestre de 1973, com bolsa da CAPES no nível de professores assistentes, com duração de apenas 6 meses, tendo em vista que o programa iria se encerrar no final de 1973. A partir de janeiro de 1974 os dois deveriam ser contratados pela Universidade, o que de fato ocorreu, graças ao esforço do Diretor Prof. Hugo Sepúlveda. 

A Aceleração do Desenvolvimento do DELT

Mesmo com os esforços do Diretor Hugo Sepúlveda, o Departamento de Engenharia Eletrônica, criado, de certa forma, de um desmembramento do Departamento de Engenharia Elétrica, em 1969, continuava sem apresentar desenvolvimento significativo até 1973. Naquele ano, o Prof. Hugo presidiu uma reunião da Câmara Departamental do DELT em que ele propunha e foi aprovada a criação de um Programa de Eletrônica industrial, em nível de mestrado, como uma segunda ênfase do Curso de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica. 

Como costumava acontecer, nessa reunião estabeleceu-se o debate entre os professores jovens, recém-chegados ao DELT, apoiados pelo Prof. Hugo, muito animados com a proposta, e o pessoal mais antigo. Estes, receosos daquele avanço de um departamento ainda muito pequeno, realçavam as preocupações de que talvez não houvesse alunos suficientes, talvez o mercado de trabalho não absorvesse os mestres a serem formados.  O Prof. Hugo Sepúlveda defendeu calorosamente sua proposta, inclusive apontando para a possível vinda, a partir do segundo semestre de 1974, de cooperantes franceses de Toulouse. E assim, mais tarde ainda em 1973, foi apresentado um “Plano Geral de Curso”, elaborado pelos professores Jurandyr Santos Nogueira, Ronaldo Tadêu Pena e Aníbal Machado Hermeto. O plano foi votado e ficou decidida a criação do Programa em Eletrônica Industrial no Mestrado em Engenharia Elétrica da UFMG, inicialmente sob a coordenação dos três professores acima citados. 

Muito embora todo o corpo docente de então fosse constituído de pessoal sério e competente, até 1973 o Departamento se responsabilizava por apenas quatro disciplinas do curso de graduação em Engenharia Elétrica. Esta carga horária era a mesma existente antes da criação do Departamento, na década de 1960. Não havia qualquer atividade de extensão. Quanto à pesquisa, pode-se também dizer que ela inexistia em 1973. Ressalte-se que, anteriormente, na década de 1960, o setor de Eletrônica, dentro do Departamento de Engenharia Elétrica, tinha tido algumas atividades de pesquisa.

A aprovação, no segundo semestre de 1973, da entrada do Departamento no mestrado em Engenharia Elétrica, oferecendo a opção Eletrônica Industrial, foi o ponto de partida do processo acelerado de desenvolvimento que seria implantado. Em maio de 1974, por determinação do Diretor Hugo Sepúlveda, o Prof. Ronaldo Pena assumiu a chefia do departamento. A equipe docente era muito pequena e faltava experiência para estabilizar o mestrado. Por isso, o Prof. Hugo entrou em contato com a COPPE-UFRJ e conseguiu que os professores franceses Pierre Thierry e Christian Mira (cooperantes civis naquela Instituição) viessem participar do esforço de implantação da área de concentração em Eletrônica Industrial. Eles vinham a Belo Horizonte às sextas-feiras para dar aulas na sexta e no sábado, quando retornavam ao Rio.

Imediatamente o Departamento contratou um curso de Francês na Alliance Française para seus docentes que, em três tardes por semana, caminhavam da Escola de Engenharia até o Edifício Sul América para aulas de francês.

A tarefa de acelerar o desenvolvimento era das mais difíceis, pois tinha que ser feita praticamente, sem recursos institucionais, pois o financiamento da Universidade Pública entrava, na época, num de seus piores ciclos. Vivia-se no país os rescaldos da chamada “Era do Milagre Econômico”. Não havia recursos. O corpo docente era constituído de quatro professores em dedicação exclusiva, dois Mestres em Engenharia Biomédica e dois outros fazendo o Mestrado em Engenharia Elétrica na área de Sistemas Elétricos de Potência, que era a única do Mestrado. Além destes, entre os outros seis professores, todos em tempo parcial, dois cursavam o Mestrado em Engenharia Nuclear. O outro professor com mestrado, Flávio Menezes, a partir de 1969 deixara o Departamento para se dedicar integralmente ao IPR.

Importante frisar a grande importância do Professor Antônio Eustáquio Vieira na implementação das ações de desenvolvimento do DELT, implementadas a partir de 1974. Ele era um dos professores em tempo integral no Departamento. Em 1978 ele passou para tempo parcial, tendo-se transferido em 1983 para o Centro Federal de Educação Técnica (CEFET-MG), onde continuou ensinando Eletrônica de Potência, Eletrônica Digital e Instrumentação até a aposentadoria. O Prof. Antônio Eustáquio foi o subchefe do Departamento no período de 1974/78. Sua atuação, desde 1974, fora absolutamente essencial para o grande sucesso do Departamento. Possuidor de uma técnica didática inigualável, Antônio Eustáquio era o que se poderia chamar um “fazedor” nato. Mesmo com a pouca experiência que tinha, era capaz de grandes projetos e sempre revelou um especial senso de oportunidade na execução das ideias mais arrojadas para o Departamento que nascia. 

O desenvolvimento do departamento naquela fase inicial foi sonhado, projetado e executado por Ronaldo Pena, Chefe do DELT por dois mandatos seguidos, Antônio Eustáquio Vieira, Jurandyr Santos Nogueira, Aníbal Machado Hermeto, Alain M. Granat, Alain Luchese e outros professores que foram sendo contratados dentro do projeto de desenvolvimento do Departamento, conforme citado abaixo.

Seguramente, as ações desenvolvidas no período de 1974-1978 constituem as raízes de um departamento hoje respeitado nacionalmente, com ligações importantes com grandes centros de pesquisas de vários países do Mundo. 

Desenvolvimento do Corpo Docente

O corpo docente até 1973 era constituído de pessoal muito competente para as atividades de ensino de graduação para alunos de um curso de Engenharia Elétrica que buscava formar pessoal para atuar, essencialmente, em Eletrotécnica. Havia a clara percepção de que o DELT precisava de um corpo docente com características totalmente diversas daquelas do pessoal então disponível. A pretensão era tornar o departamento “um centro gerador de tecnologia em Eletrônica Industrial”, como denominado nos muitos projetos escritos na época. Logo se percebeu que seria necessário arregimentar gente jovem que se dispusesse a fazer o Mestrado e sair, logo em seguida, para o Doutorado. Os próprios propositores dos projetos precisavam pensar em seus próprios Doutoramentos, já que nenhum deles possuía o título então. Precisava-se também de contratar Doutores, se fossem achados e dispostos a virem para Minas, trabalhar na UFMG. O caminho a percorrer seria longo, mas a equipe animada, não tinha medo de sonhar. 

Enquanto o Prof. Hugo foi Diretor, tudo era fácil. Os planos para contratação de pessoal ou mudança de regime de trabalho de Professores já contratados eram passados a ele, que negociava a execução com a Reitoria. O mandato do Prof. Hugo terminou em 1975. Veio então um tempo difícil, quando, após disputa forte entre um representante da velha guarda da Escola e o Prof. Hely Nazirê da Silveira apoiado pelo Prof. Hugo, o Reitor Cisalpino acabou por apoiar um tertius e, assim, tornou-se Diretor da Escola de Engenharia o Prof. Hélio Antonini, que não tinha a mesma visão de seu antecessor sobre os caminhos para o desenvolvimento da Escola. 

O Departamento de Engenharia Eletrônica queria avançar com seu projeto. Naquela altura, como se verá a seguir, o DELT já tinha atividades de extensão bastante desenvolvidas, tanto internas para os alunos de graduação em Engenharia Elétrica, quanto externas para Engenheiros e Técnicos de empresas da região. O Departamento, sob as asas do Diretor Hugo Sepúlveda nascia forte. Já tinha o que dizer. A política em implantação a duras penas no Departamento corria riscos. Após algumas escaramuças administrativas, o DELT decidiu recorrer diretamente à Reitoria da Universidade. 

Ao Reitor da UFMG, Professor Eduardo Osório Cisalpino, foi levado o “Plano de Desenvolvimento do Departamento de Engenharia Eletrônica a Médio Prazo”. O Prof. Cisalpino e sua equipe tiveram a sensibilidade de perceber que ali estava um grupo de jovens vocacionados para a carreira acadêmica, compromissados com a Universidade e dispostos a plasmarem um novo Departamento. Um Departamento que iria ao encontro das Empresas do setor produtivo, buscando problemas reais de Engenharia para resolver e, ao mesmo tempo, conseguindo através da extensão o essencial aporte de recursos para as diversas atividades de ensino e pesquisa. Um Departamento disposto a rever seu papel no ensino de Engenharia Elétrica na Universidade. Um Departamento que, no futuro, iria puxar para a frente o Departamento de Engenharia Elétrica, que um dia lhe tinha dado origem. O Prof. Cisalpino foi simples e direto, o DELT poderia contar com ele. A partir daí a chefia do DELT passou a despachar diretamente com o Reitor, sempre que era necessário. Assim o plano de desenvolvimento do corpo docente do Departamento foi implementado. 

O plano previa um verdadeiro “amadurecimento” de um corpo docente para o Departamento de Engenharia Eletrônica. Foram criadas bolsas para estagiários e monitores, que eram distribuídas com muito critério aos alunos que mais se destacavam. Assim, a maior parte dos professores que o DELT viria a contratar depois já tinha participado da vida departamental, por até dois anos, antes de se graduar. Não havia a possibilidade de contratar um corpo docente já pronto para entrar em operação. Pouca gente, já titulada, se interessaria em vir trabalhar num Departamento com as condições materiais do DELT, na época. A ideia então, que se mostrou correta ao longo do tempo, era que o corpo docente, na sua maioria, tinha que ser formado no próprio Departamento numa primeira fase, graduação e mestrado, e depois ir para o Doutorado em outra Universidade do Brasil ou do Exterior.

Conforme previsto no projeto, a equipe do DELT cresceu sempre procurando contratar alunos recém-formados, que antes atuaram como bolsistas no departamento. Já como professores no nível de Auxiliar de Ensino e lecionando, eles fariam o Mestrado em Engenharia Elétrica, área de Eletrônica Industrial, na UFMG e, posteriormente, sairiam para o Doutoramento em outra Universidade do Brasil ou do Exterior. Apenas o Prof. Peterson de Resende fez o mestrado fora (COPPE-UFRJ) com bolsa do PICD-CAPES, conseguida na UFMG pelo Departamento. O Prof. Peterson foi contratado como professor e seguiu imediatamente para o mestrado na COPPE. Só depois do doutoramento, que seguiu o mestrado, é que ele retornou a Belo Horizonte e assumiu atividades docentes de fato. 

Os monitores e bolsistas faziam trabalhos nos laboratórios relacionados com as atividades de ensino de graduação e cursos de extensão, além de auxiliarem nas muito incipientes atividades de pesquisa. As atividades de extensão, que serão discutidas posteriormente, geravam recursos para, entre muitas outras coisas, pagar as bolsas de estágio desses alunos.

A Tabela 1 mostra os nomes dos professores que foram contratados entre 1974 e 1978. Por restrições impostas pelo Governo Federal, na época não podia haver concursos nas Universidades. Assim, todos foram contratados, alguns como professores temporários, outros como colaboradores, sempre em regime CLT com salários equivalentes aos professores do quadro. Eram selecionados entre os monitores, estagiários e alunos de pós-graduação do Departamento. Um ponto importante é que todos, exceto Alain Luchese, o cooperante civil francês, entraram no DELT apenas com o curso de graduação. A titulação desse pessoal é, para o país, mais um retomo do trabalho de desenvolvimento do Departamento de Engenharia Eletrônica da UFMG, naquele período. Importante se torna notar que, mesmo que vários dos 19 professores contratados tenham se demitido da Universidade no segmento de suas vidas profissionais, eles tiveram função importante no desenvolvimento do Departamento enquanto aqui trabalharam. Por outro lado, as vagas foram criadas, alterando a lotação de docentes do Departamento. Assim, todos os que saíram foram substituídos por outros. 

Tabela 1: Professores contratados no DELT entre 1974 e 1978

NomeAdmissão
Alain Michel Granat

01/11/74

José Nicolau Hein

01/10/75

João Da Cruz F. Salles

01/10/75

José C. R. Oliveira

01/11/75

Antonio L. M. Osse

01/03/76

Magno M. Ribeiro

01/08/76

Francisco J. Silva

01/08/76

José Luiz Silvino

01/08/76

Alain J. P. Luchese

01/10/76

Everton Rheinheimer

01/01/77

Gerson H. Pfitscher

04/02/77

Márcio L. Siqueira

01/08/77

Tibor Peisz

01/08/77

Peterson De Resende

01/08/77

José M. G. Mendizabal

01/11/77

Victor M. P. Leite

01/01/78

Eduardo F. Barbosa

13/04/78

Júlio C. D. Melo

01/08/78

Porfírio C. Cortizo

01/08/78

Convênio de Cooperação com a Embaixada da França

Como principal fruto da viagem do Prof. Hugo Sepúlveda a Toulouse, foram estabelecidas as bases do convênio de cooperação técnico-científica da Embaixada Francesa com o Departamento de Engenharia Eletrônica da Escola de Engenharia. Existiam, à época, convênios semelhantes com a COPPE-UFRJ, com o campus Campina Grande da Universidade Federal da Paraíba, hoje UFCG, e com outras Instituições brasileiras. Ficou então acertado que o DELT receberia professores cooperantes franceses Engenheiros e Doutores. Na França, ao estudante de curso superior era oferecida a possibilidade de substituir o serviço militar normal pelo trabalho, por dois anos após sua graduação, em um posto de professor cooperante, no exterior. Estes cooperantes eram denominados cooperantes militares, em oposição aos cooperantes civis, em geral pessoal mais experiente, com doutorado, que também participava dos convênios. 

No fim de 1973, o Departamento de Engenharia Eletrônica recebeu o Engenheiro Alain Michel Granat, como Prof. Cooperante militar, para um período de dois anos. Ao mesmo tempo, dois outros professores cooperantes civis da COPPE, Pierre Thierry e Christian Mira, muito ajudavam no planejamento e implantação da nova área de Eletrônica Industrial, no curso de mestrado em Engenharia Elétrica da UFMG. Esses professores da COPPE, durante todo o ano de 1974, como já dito, vinham a Belo Horizonte às sextas feiras para darem aulas no mestrado. O Prof. Alain Granat se adaptou muito bem no Departamento. Sua contribuição, apesar da pequena experiência que tinha, foi de grande valia para aquele estágio de desenvolvimento do DELT. Após o primeiro período de dois anos, ele conseguiu a prorrogação de seu contrato com a Embaixada por mais dois anos, só retornando à França em 1978. Em 1976 chegou ao Departamento o segundo cooperante, Prof. Alain Jean Paul Luchèse, que tinha obtido seu Dr. Ing. no LAAS de Toulouse. O Prof. Luchèse foi outra excepcional aquisição do Departamento. Ele veio no momento certo, uma vez que nesta época já vários alunos do mestrado estavam em condições de iniciar seus trabalhos de dissertação e faltavam orientadores. 

Alain Granat era ousado em suas propostas de atividades de cursos de extensão para a comunidade industrial da região. Essas atividades, além de trazer o indispensável aporte de recursos, levou o DELT, logo cedo, a um contato muito produtivo com problemas reais da indústria. Os cursos ministrados para profissionais da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, Acesita, Usiminas, Mannesmann, CEMIG, TELEMIG e outras valeu uma penetração muito boa do DELT em empresas da região. Isso, claramente, aumentou a penetração dos formados na UFMG como engenheiros e mestres nessas empresas. O bom nome que o Departamento tem até hoje junto às Empresas, começou de atividades de extensão bem executadas na década de 70. Juntamente com o Prof. Antônio Eustáquio, o Prof. Granat introduziu no Departamento o ensino de Eletrônica de Potência. Os dois professores elaboraram experimentos para as aulas práticas da disciplina, escreveram várias apostilas que depois foram agrupadas numa única, que foi adotada por muito tempo pelos professores da disciplina em todos os três cursos de graduação em Engenharia Elétrica então existentes em Belo Horizonte. 

Quanto ao Prof. Luchèse, tratava-se de pessoa menos preocupada com a extensão que o Prof. Granat. Entretanto, sua grande competência e a experiência acumulada no Doutorado foi extremamente útil para os inúmeros alunos de mestrado que orientou. Nos primeiros anos do curso de pós-graduação, a maioria das teses foram orientadas pelo Prof. Luchèse. Um dos orientados dele, Prof. José Luiz Silvino, tendo se destacado no desenvolvimento de sua dissertação, acabou por tornar-se também um orientador de importância no CPGEE. 

Em 1975, por exigência da então Secretaria do Planejamento da Presidência da República, o DELT apresentou um projeto completo para a cooperação internacional que já tinha sido iniciada com a Embaixada Francesa. O convênio previa a vinda de especialistas franceses em missão de curta duração (dois meses) e de longa duração (dois anos). Por outro lado, eram previstas viagens de professores brasileiros à França para estágios curtos (dois meses) e para cursos de doutorado (quatro anos). Em 1977, foram fazer Doutorado na França os dois primeiros participantes do Convênio pelo lado brasileiro, Profs. Magno Meireiles Ribeiro, que foi para Toulouse, e Gerson Pfitscher, que foi para Nancy. O Prof. Gerson deixou o Departamento antes de seu embarque para a França. Ele terminou o Doutorado e foi trabalhar na Universidade de Brasília. Quanto ao Prof. Magno, ele retornou de Toulouse em 1981, com o título de Doutor-Engenheiro, e continuou no Departamento até 1993, quando se transferiu para o CEFET-MG. Em janeiro e fevereiro de 1978, o Prof. Ronaldo Pena estagiou no LAAS de Toulouse. Também os Professores José Nicolau Hein, Aníbal M. Hermeto e José Carlos R. Oliveira estiveram em Toulouse, em estágios de curta duração no início de 1979. Todos estes estágios foram previstos no projeto. A partir de 1978, vieram ainda para o Brasil, em missões de longa duração, os Professores Christian Bouchet, Dr.Ing., e Maurice Pages. Por outro lado, seguiu para realizar o Doutoramento na França o Prof. Porfírio C. Cortizo. 

Após o retorno do Prof. Magno M. Ribeiro, em 1981, foi elaborado um outro projeto de cooperação com características bem diferentes. O novo projeto, coordenado pelo referido professor, foi feito dentro do acordo CAPES-COFECUB e incluía, além do Departamento de Engenharia Eletrônica, também o Departamento de Engenharia Elétrica. Nessa nova fase do projeto foram realizadas, do lado brasileiro, várias visitas a Toulouse de professores de ambos os departamentos. Foi também realizado o programa de Doutorado do Prof. Paulo Fernando Seixas, que ingressou no DELT em 1980, em Toulouse, e o doutorado “sanduíche” do Prof. José Carlos Rodrigues de Oliveira. Do lado francês, além de visitas curtas de vários professores de alto nível, ocorreu a missão de longa duração, dois anos, do Prof. Lucien A. Paralieu, Dr. 3eme. Cycle

Desenvolvimento das Atividades de Ensino

Graduação

Como já foi dito, até 1974, o DELT lecionava apenas quatro disciplinas semestrais para o curso de Engenharia Elétrica. Estas quatro vieram do desdobramento das duas disciplinas anuais da área de eletrônica, que existiam desde os anos 60, quando o antigo curso de graduação em Engenharia Mecânico-Eletricista foi separado em cursos independentes de Engenharia Elétrica e Engenharia Mecânica. A relativa irrelevância do Departamento vinha de sua quase nula atividade na graduação. 

Por outro lado, era inadmissível que em 1974, quando o primeiro microprocessador já estava inventado e produzido industrialmente, o Departamento continuasse ensinando uma Eletrônica que incluía válvulas a vácuo. Era preciso avançar rapidamente. A mudança começou pela substituição do livro texto então usado em Eletrônica Fundamental pelo livro Integrated Electronics de Millman & Halkias, totalmente baseado em componentes de estado sólido. O DELT entrava em uma época de grandes mudanças. Os novos docentes trabalhavam ativamente na extensão com cursos para Engenheiros e Técnicos de empresas da região. Esses cursos eram, em algumas ocasiões, repetidos para os alunos de graduação. O curso de Eletrônica Digital, por exemplo, foi lecionado em vários semestres, como atividade de extensão para alunos regulares de Engenharia Elétrica. 

Entretanto, o grande projeto da área foi a elaboração, em 1976, do currículo de um curso de graduação em Engenharia Eletrônica. Sob coordenação da chefia do DELT, foi solicitado a cada professor que elaborasse ementas e programas de disciplinas das respectivas áreas e, assim, montada a estrutura do curso. O projeto foi aprovado em todas as instâncias de decisão da UFMG, sendo posteriormente encaminhado ao MEC. Nesta mesma época, o Prof. Ruy Camargo Vieira, Chefe do Departamento de Assuntos Universitários do MEC, encontrava-se coordenando um projeto de alteração dos currículos mínimos de engenharia. Uma das grandes modificações deste projeto, regulamentado pela Resolução 048/76 do Conselho Federal de Educação, era a decisão da Ditadura Brasileira de que, a partir de 1977, tendo em vista a “Segurança Nacional”, todos os cursos de Engenharia sob responsabilidade do MEC com denominação diferente de Engenharia Civil, Engenharia Mecânica, Engenharia Elétrica, Engenharia Química, Engenharia de Minas ou Engenharia Metalúrgica deveriam se enquadrar em uma destas. Seriam apenas e exclusivamente 6 denominações. Assim, os cursos de Engenharia Eletrônica teriam que se enquadrar dentro da denominação mais geral de Engenharia Elétrica. Após a análise do projeto que havia sido enviado ao MEC, o Prof. Ruy Vieira solicitou que o Chefe do Departamento fosse a Brasília para que ele e sua equipe comunicassem pessoalmente todas as observações que tinham feito ao projeto. Ele finalizou mostrando que o curso planejado era muito bom, mas teria que ser uma área do curso de Engenharia Elétrica. Isto foi feito. As discussões com os colegas sobre projetos não eram muito incentivadas no período.

A partir de 1977, o currículo de Engenharia Elétrica da UFMG foi então enriquecido com o projeto que o DELT apresentara ao MEC. O Departamento tornou-se responsável por dezoito disciplinas. Passou-se de quatro para dezoito disciplinas, entre obrigatórias e optativas. Só dez anos depois é que o DELT veio a agregar a primeira nova disciplina àquele currículo. Em 1987 a Câmara do Departamento aprovou a proposta de criação da disciplina “Sistemas de Controle no Domínio do Tempo”.

Pós-Graduação

Em 1971 foi nomeada pela Diretoria da Escola de Engenharia uma Comissão para estudar a implantação do Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica, que foi criado em 1972. O Curso foi implantado com uma única Área de Concentração em Sistemas Elétricos de Potência, sob a responsabilidade do Departamento de Engenharia Elétrica. 

A partir do convênio de cooperação técnico-científica da Embaixada Francesa com o DELT, como citado em 3.1.3, foi implantada a Área de Concentração em Eletrônica Industrial, criada em 1974, sob a responsabilidade do Departamento de Engenharia Eletrônica. Essa área contava com dois mestres titulados pela COPPE/UFRJ, um mestre titulado pelo Illinois Institute of Technology e dois professores colaboradores franceses, sendo um deles doutor em Engenharia. (https://www.ppgee.ufmg.br/proposta.php)

Desenvolvimento das Atividades de Extensão

A partir de 1975 o DELT passou a oferecer cursos de extensão em Eletrônica Industrial para engenheiros e técnicos de nível médio. Os cursos eram, geralmente, constituídos de quatro disciplinas: Eletrônica Fundamental, Eletrônica Digital, Sistemas de Controle Lineares e Eletrônica de Potência. Cada disciplina tinha carga horária de quarenta horas, incluindo atividades de laboratório. Estes cursos eram dados na modalidade “fechado” para profissionais de uma única empresa que adquiria o pacote, ou na modalidade “aberto” para profissionais de empresas diferentes. No primeiro caso, a parte teórica do curso era dada nas dependências da empresa cliente e a parte prática nos laboratórios do Departamento. No caso dos cursos abertos, todas as atividades eram desenvolvidas na Escola de Engenharia, normalmente, à noite e aos sábados. 

Os cursos de extensão foram de grande importância para os passos iniciais do desenvolvimento do Departamento. A necessidade de dar as aulas práticas forçava o desenvolvimento das experiências de laboratório, dos guias de aula e mesmo a compra de ferramentas, componentes e outros materiais de consumo para os laboratórios. Todo este material ficava na Escola, após seu uso nos cursos, tornando-se parte do acervo do Departamento, usado nas atividades de ensino de graduação e pós-graduação. 

Além destes benefícios diretos, havia a complementação salarial das pessoas envolvidas nas atividades e também um significativo aporte de verbas para o Departamento. Esta verba era usada pela Chefia, com a aprovação da Câmara, para a compra de material de consumo e mesmo de equipamentos para a secretaria, tais como retroprojetor, mimeógrafo a álcool e duas máquinas de escrever elétricas, marca IBM. Verbas das atividades de extensão, complementadas com verbas do curso de pós-graduação em Engenharia Elétrica, foram usadas para a montagem do Laboratório de Eletrônica de Potência do Departamento. 

Na montagem deste laboratório de Eletrônica de Potência, dois fatos são dignos de nota, por sua significação na história da DELT. O primeiro foi a compra pela Universidade de um osciloscópio Tektronix de 100 MHz, com persistência variável e o segundo foi uma doação de equipamentos que o departamento conseguiu da Companhia Siderúrgica Belgo Mineira. A compra do osciloscópio foi obtida por ação direta junto ao Reitor, Prof. Cisalpino. Essa compra não estava prevista nos orçamentos da Universidade. A ideia era comprá-lo com verba da pós-graduação. Havia, na época, a necessidade de se obter a licença de importação junto ao MEC. Naquele caso, quando se concluiu que a burocracia do MEC não liberaria a licença no período de vigência da verba, foi dada outra destinação para a mesma e o osciloscópio foi esquecido. Meses depois chegou a autorização para a importação e o DELT não tinha mais a verba necessária. Como o Chefe do departamento despachava direto com o Reitor, a questão foi levada a ele. O Prof. Cisalpino sensibilizou-se da importância de não perder aquela licença para importação e, imediatamente, decidiu-se pela compra do equipamento. Este osciloscópio foi o melhor osciloscópio de toda a Escola de Engenharia até o segundo semestre de 1990, quando o Prof. Porfírio Cabaleiro Cortizo importou, com verba do CNPq, um osciloscópio mais avançado. 

Quanto à doação da Cia. Siderúrgica Belgo Mineira, o DELT enviou uma carta ao então Gerente Geral, Eng. Antonio Polansky, pedindo à Empresa, cliente de tantos cursos, uma verba de aproximadamente US$ 10.000,00 para a montagem do Laboratório de Eletrônica de Potência. Como a Empresa não se julgava em condições de fazer uma doação vultosa em dinheiro, mas reconhecia a pertinência do trabalho da equipe, a Diretoria da Empresa entendeu que não podia simplesmente negar o apoio solicitado. Assim, decidiu que o DELT enviasse dois professores a um almoxarifado de peças e máquinas novas, em João Monlevade, para escolher os equipamentos que julgassem necessários ao laboratório. Esses equipamentos seriam doados pela Belgo Mineira ao Departamento. Os Professores Ronaldo Pena e Antônio Eustáquio Vieira escolheram vários grupos motor-gerador de corrente contínua, motores de indução, conectores, sinalizadores de painel, cargas resistivas etc. Poucos dias depois, a Belgo Mineira enviou um caminhão carregado com os equipamentos que haviam sido escolhidos. Os equipamentos foram imediatamente instalados e usados em atividades de ensino e pesquisa do Departamento, o que acontece até hoje. 

 

O DELT nos anos 80

Nos anos 80 as atividades do DELT ainda se concentravam nas áreas de Controle e Eletrônica. Outras duas áreas importantes do DELT, Telecomunicações e Sistemas Digitais, começaram a consolidar-se nas décadas de 1990 e 2000, com a contratação de professores com doutorado nessas áreas. A Tabela 2 relaciona os professores contratados no DELT entre os anos de 1980 e 1989.

 

Tabela 2: Professores contratados no DELT entre 1980 e 1989

NomeAdmissão
Paulo Fernando Seixas

01/08/80

Vinicius Leal Arienti

27/07/82

Carmen Dea Moraes Pataro

01/03/83

Pedro Francisco Donoso Garcia

02/01/85

Ricardo Nederson Do Prado

09/07/87

Antônio de Pádua Braga

25/02/88

Os Laboratórios de Ensino e Pesquisa do DELT

Os professores Porfírio Cabaleiro Cortizo e Paulo Fernando Seixas, a partir de seu retorno do doutoramento em Toulouse, dedicaram-se muito à montagem dos laboratórios de ensino e pesquisa em Eletrônica. Por meio de projetos de pesquisas e de consultoria a empresas da região, esses professores trabalharam na concepção, projeto, especificação, compra de equipamento e montagem dos laboratórios, além de preparar aulas e roteiros de aulas práticas para as novas disciplinas do DELT. Este grupo foi enriquecido mais tarde com o término do doutoramento do professor Pedro Donoso na UFSC. Este trabalho de desenvolvimento dos laboratórios levou a novos projetos, na busca de novos recursos, para implementar melhorias e avanços nos laboratórios do DELT, para melhorar o ensino, apoiado em práticas laboratoriais capazes de desenvolver habilidades e competências com circuitos eletrônicos. Destaca-se a área de Eletrônica de Potência, forte no DELT, com o grupo de pesquisa GEP, produtivo e com resultados de impacto direto na indústria e na pesquisa da área.

 

Desenvolvimento das Atividades de Ensino

Graduação

Como mencionado anteriormente, com a reforma curricular de 1977 o DELT passou de quatro a dezoito disciplinas sob sua responsabilidade na graduação. Como a atuação do DELT no curso de Engenharia Elétrica, começava no quinto período, as primeiras disciplinas do novo currículo foram efetivamente implantadas no início dos anos 80. Muitas destas disciplinas tinham previsão de aulas práticas, o que exigiu a criação de novos laboratórios de ensino na graduação. Nesta época foram criados o Laboratório de Eletrônica Digital e o Laboratório de Sistemas de Controle Lineares, além de aumentar a ocupação dos laboratórios já existentes de Eletrônica Básica, Telecomunicações e Eletrônica de Potência.

Com a implantação do novo currículo o DELT passou a dividir na mesma proporção a responsabilidade pelo ciclo profissional do curso de Engenharia Elétrica com o DEE. O novo currículo tinha também um caráter muito mais científico, despertando maior interesse nos alunos por atividades de pesquisa e pela pós-graduação. Grande parte dos conteúdos das disciplinas de pós-graduação à época migraram para a graduação. Este passo foi fundamental para o crescimento da pós-graduação nos anos seguintes.

 

Pós-Graduação

O Curso de Mestrado em Engenharia Elétrica, a partir de 1986, passou por importantes reformas acadêmicas, adquirindo um perfil mais científico e em consonância com as políticas de pós-graduação do país.

Em 1989, a área de Eletrônica Industrial do curso foi desdobrada em duas áreas de concentração, denominadas Sistemas Elétricos de Potência e Automática. Além disso, neste ano foi criado o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Engenharia Elétrica, CPDEE, concentrando as atividades de pesquisa dos Departamentos de Engenharia Elétrica e de Engenharia Eletrônica em um único espaço físico, o que permitiu a mudança do Curso de Pós-Graduação para o Campus da UFMG, situado na Pampulha.

Desenvolvimento das Atividades de Pesquisa e Extensão

Até 1989, o Laboratório de Extra Alta Tensão (LEAT) do Departamento de Engenharia Elétrica funcionava no galpão, desde então denominado “Caixa Forte do Tio Patinhas”, no Campus Pampulha, que dispunha de um pequeno prédio anexo, de um único andar. Chefiava o LEAT o Prof. João Vasconcelos que, com grande visão, resolveu criar o CPDEE – Centro de Pesquisas e Desenvolvimento em Engenharia Elétrica. Para isso, como um gesto de altruísmo institucional, resolveu compartilhar aquele novo espaço com o DELT. 

Essa visão institucional do Prof. João Vasconcelos repercutiu fortemente nas atividades de pós-graduação dos dois departamentos. O curso de PG em EE foi transferido integralmente para o pequeno prédio. A partir do CPDEE, atividades de pesquisa e extensão passaram a contar com professores dos dois departamentos que se fortaleceram mutuamente. As atividades de extensão e, também, de PG passaram a gerar recursos que viabilizaram dobrar a área construída do CPDEE com um segundo andar. Ademais, o CPDEE passou a ser uma entidade, uma referência geográfica no conjunto do campus da Pampulha, quando a EE ainda continuava nas instalações do centro da cidade. Aulas de PG e pesquisas no campus, aulas de graduação e atividades administrativas dos dois departamentos na cidade.

Vários laboratórios de pesquisa foram desenvolvidos no CPDEE por professores dos dois departamentos. Alunos de graduação desde o primeiro período passaram a ser atraídos, dada proximidade com o ICEx, que sempre funcionou no campus. O prédio encheu-se de vida com a convivência dos professores dos dois departamentos com alunos de graduação da UFMG e alunos de PG formados na UFMG e em outras universidades.

Projeto Carro Elétrico

No início da década de 1980 a pesquisa e desenvolvimento no DELT ainda eram atividades embrionárias. O DELT ainda não dispunha de laboratórios de pesquisa, equipamentos, oficina e toda a infraestrutura necessária à realização de grandes projetos. Por isto, o projeto carro elétrico realizado com sucesso no DELT entre 1982 e 1984 merece ser aqui destacado.

Na década de setenta e início da década de oitenta o mundo passou por diversas crises de fornecimento de petróleo, causadas principalmente por conflitos no Golfo Pérsico que elevaram drásticamente o preço do petróleo. Estas crises fizeram crescer o interesse no Brasil e no mundo por alternativas energéticas. No Brasil, por exemplo, é desta época o Programa Proálcool (1975) de substituição da gasolina pelo etanol. Nesta ocasião, também cresceu o interesse no Brasil pelos veículos elétricos a baterias. 

Neste contexto, a Secretaria de Tecnologia Industrial, órgão ligado ao então Ministério da Industria e Comércio, patrocinou projetos para investigar o potencial dos veículos elétricos. O Prof. José Luiz Silvino já coordenava um projeto para a STI com a participação do Prof. Magno Meirelles Ribeiro, e por isto foi incentivado pela STI a apresentar um projeto. Desta forma, em 1982 foi desenvolvido um primeiro projeto “Sistema de Acionamento de motores C.C. Utilizando Transistores de Potência em Conjunto com Tiristores”. O projeto consistiu em um estudo sobre o estado da arte do acionamento de motores C.C. e proposição e testes em laboratório de um conversor estático que pudesse ser usado em um veículo à baterias. Participaram deste projeto os professores José Luiz Silvino como coordenador e os professores Paulo Fernando Seixas e José Carlos Rodrigues de Oliveira. 

Com o sucesso do primeiro projeto, um segundo, bem mais ousado, foi iniciado em 1983, com o título “Testes de um sistema de acionamento de motores CC em um carro elétrico alimentado a baterias”.  O objetivo era projetar, desenvolver e instalar em veículo de teste todo sistema eletroeletrônico para acionamento de um veículo experimental operacional capaz de circular no trânsito. A finalidade era testar autonomia, potência de tração ideal, enfim colher informações realistas sobre o comportamento do veículo no trânsito. 

O projeto foi coordenado pelo Prof. José Luiz Silvino, com a participação do Prof. Paulo Fernando Seixas. Uma empresa de Belo Horizonte, Fibron Industrial LTDA, ficou responsável pela integração do sistema de acionamento ao veículo de teste. 

Em agosto de 1984 o projeto, foi apresentado no “I Seminário Sobre Veículos Elétricos Utilitários à Baterias”, realizado pela FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos, que financiava e acompanhava outros projetos de veículos elétricos e seus componentes pelo País. Assim, foram também apresentados neste seminário o trabalho coordenado pelo Prof, Celso Pascoli Bottura, da UNICAMP, e outro do Prof. Waldir Pó, da USP. Também estava presente neste seminário o Eng. João Augusto Conrado do Amaral Gurgel, que já fabricava os primeiros veículos elétricos no Brasil, embora sem nenhum acionamento eletrônico.

Cabe salientar que todos os outros projetos em desenvolvimento no país utilizavam conversores estáticos à tiristores, sendo o projeto da UFMG o único a utilizar um conversor transistorizado, mostrando como o DELT já despontava na área de Eletrônica Industrial.

Em setembro de 1984 o Prof. Paulo Fernando Seixas partiu para seu doutoramento na França. O então funcionário técnico do DELT, Sady Antonio dos Santos Filho, foi contratado no projeto para auxiliar o Prof. José Luiz Silvino na fase final do projeto.

FIGURA 2 – Carro elétrico, vista de frente. A parte saliente sobre o capô. Alojava 4 baterias de 12V – 122 Ah, metade do conjunto total.

FIGURA 3 – Carro elétrico. A caixa escura suspensa sobre o veículo é o conversor. Foi montado nessa posição para permitir ajustes em operação e facilitar reparos.

O DELT nos anos 90

Dois fatos ocorridos nesta década tiveram grande impacto no desenvolvimento do corpo docente do DELT.  Em 14 de junho de 1991, o professor Benjamim Rodrigues de Menezes, que era professor do DEE, passa a integrar o Departamento de Engenharia Eletrônica, no cargo de Professor Titular. Sua atuação se estendeu para além das atividades acadêmicas de senso estrito. Ele foi coordenador do PPGEE por três mandatos e, em 2010, foi eleito Diretor da Escola de Engenharia. Neste mesmo ano, o Professor Fábio Gonçalves Jota transferiu-se do Departamento de Física para o DELT. Fábio foi uma liderança fundamental, essencial ao desenvolvimento da área de Controle de Processos no departamento. Ele foi coordenador do PPGEE por um mandato e em 1995, tornou-se professor titular do DELT. 

Um outro fato muito marcante dessa década foi a decisão de criar um curso de graduação em Engenharia de Controle e Automação, tomada com base na Portaria 1694 do MEC, de 5 de dezembro de 1994. Nessa época, pela primeira vez após 1976, o MEC expandia a abrangência de cursos de engenharia definindo as habilitações em Engenharia de Alimentos, Engenharia Ambiental e Engenharia de Controle e Automação.  Em 1996, seguindo a tendência observada na UFSC, o DELT criou uma comissão para elaborar a proposta de criação do Curso de Engenharia de Controle e Automação. A comissão era composta pelos professores Ronaldo Tadêu Pena (presidente), Fábio Gonçalves Jota, Constantino Seixas e Benjamin Rodrigues de Menezes. Até esta época, a área de controle era oferecida, na UFMG, como uma formação complementar no curso de Engenharia Elétrica, além de uma disciplina básica e de caráter geral na Engenharia Química. 

O curso de Engenharia de Controle e Automação foi criado com o objetivo de formar profissionais com conhecimentos amplos e bem fundamentados em controle e automação de processos. O curso busca formar profissionais para realizar uma ação integradora e multidisciplinar na concepção, no projeto, na implementação, no uso e na manutenção de sistemas automatizados. Com a aprovação do curso diurno de Engenharia de Controle e Automação e seu início em 1998, o DELT adquire outra dimensão, tanto no número de professores que compõem seu quadro docente, uma vez que o curso demandou a abertura de vagas e a contratação de professores, quanto na diversidade das suas competências, uma vez que a maior parte das disciplinas obrigatórias do curso da área de Controle e Automação são de sua responsabilidade.

Finalmente, como fato importante ocorrido na década de 1990, vale destacar o início de atividades de alto nível na área de Telecomunicações, com a contratação dos professores doutores Fernando Moreira e Odilon Maroja. Este processo de crescimento da área foi viabilizado pela ação do professor Cássio Gonçalves do Rego que fora contratado antes ao nível de professor assistente e, imediatamente, encaminhou seu doutorado na PUC-Rio. Foi o Prof. Cássio quem trouxe para participarem de concursos no DELT os dois doutores que anteriormente haviam sido seus colegas de mestrado na PUC. 

Destaca-se, ainda, nesta década, que no período de 1999 a 2000, o Prof. Benjamim Rodrigues de Menezes assumiu a Coordenação do Curso de Graduação em Engenharia Elétrica, em parceria com o Prof. Walmir. Eles lideraram uma reforma curricular muito inovadora, cujos fundamentos permanecem até hoje. Durante o mandato aprovaram a reforma em todos os órgãos, implantaram o novo currículo, tendo conseguido a adesão de 100% dos alunos ao mesmo. 

Desenvolvimento das Atividades de Ensino

Graduação

O desenvolvimento do DELT nesta década foi marcado pela criação do Curso de graduação em Engenharia de Controle e Automação, apoiando-se em uma série de constatações que demonstraram sua necessidade e relevância.

Nos cursos de Engenharia das áreas de processos da UFMG à época, Engenharia Química, Engenharia Metalúrgica, Engenharia de Minas, Engenharia Civil (ênfase Sanitária e Ambiental), Engenharia Mecânica (ênfase Térmica), o objetivo central era formar um Engenheiro de Processo. A área de Controle e Automação era coberta como uma formação complementar apenas. A equipe da área tinha plena consciência da necessidade de um curso completo independente que formasse profissionais com cabedal de conhecimentos que pudesse ser aplicado em qualquer processo dinâmico, seja na indústria, no comércio, nos serviços ou na pesquisa.

O curso teve aceitação imediata dos candidatos à área de engenharia, quando começou a ser oferecido em 1998, e durante os dois primeiros anos, o curso Diurno ofereceu 40 vagas anuais (20 por semestre) sendo que, a partir do ano de 2000, passou a ofertar 80 vagas anuais (40 por semestre). No primeiro semestre de 2009, foi iniciado o curso Noturno, com 80 vagas anuais (40 por semestre). Desde 2010, são ofertadas anualmente 50 vagas no turno noturno (25 por semestre).

 

Pós-Graduação

Em 1993 a pós-graduação passou a se organizar como Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica – PPGEE. Nesta época, foram criados os cursos de Doutorado em Engenharia Elétrica e de Especialização em Automação Industrial – CEAI. O Curso de Doutorado foi aprovado pelo CEPE em 27/10/1994, pelo Conselho Universitário em 24/11/1994 e recomendado pela CAPES em 17/07/1995.  (https://www.ppgee.ufmg.br/proposta.php).

Até 1996, na eleição do coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica (PPGEE), observava-se o seguinte “acordo de cavalheiros”: os coordenadores seriam escolhidos alternadamente entre docentes dos departamentos de Engenharia Elétrica (DEE) e Engenharia Eletrônica (DELT).

Em 1995, na gestão do Prof. Fábio Gonçalves Jota, professor do DELT, o Curso de Doutorado foi reconhecido pela CAPES. Assim, para o mandato de 1996/1997 caberia eleger um docente do DEE, o que efetivamente aconteceu, tendo sido eleito o Prof. João Antônio de Vasconcelos. 

Foi para o mandato de 1998/1999 que os docentes do PPGEE, de comum acordo, deixaram de observar o “acordo de cavalheiros” seguido até então, e elegeram o Prof. Rodney Rezende Saldanha, do DEE, como coordenador do PPGEE. 

Assim, de 1998 até o presente transcorreram onze mandatos, sendo que nove foram ocupados por professores do DELT: Luis Antônio Aguirre (2000-2001 e 2018-2021), Benjamim Rodrigues de Menezes (1986-1988 e 2002-2005), quando o programa obteve o conceito 6 da CAPES pela primeira vez,  Hani Camille Yehia (2005-2009), período em que o programa obteve novamente o conceito 6, e Reinaldo Martinez Palhares (2009 -2013), quando o programa obteve o conceito 7 da CAPES, consolidando sua relevância científica e tecnológica no cenário nacional. O Prof. Benjamim R. Menezes foi sub-coordenador do PPGEE, durante o mandato do Prof. Reinaldo, entre 2009 e 2010, quando deixou a função para se candidatar à Diretor da Escola de Engenharia. 

A primeira tese de doutorado defendida no PPGEE foi a do Engo. Francisco de Assis dos Santos Neves, professor da Universidade Federal de Pernambuco, em setembro de 1999, orientado pelo Prof. Selênio Silva Rocha, do DEE, e co-orientado pelo Prof. Benjamim Rodrigues de Menezes, do DELT. 

A primeira estudante matriculada no Curso de Doutorado do PPGEE foi Carmela Maria Polito Braga, que se tornou posteriormente professora do DELT, orientada pelo Prof. Ronaldo Tadeu Pena, do DELT, e co-orientada pelo Prof. Marcos von Sperling, do DESA, tendo defendido sua tese, a segunda defesa do curso de doutorado, em abril de 2000.

As coordenações do PPGEE, desde sua criação, estão relacionadas na Tabela 1.

Tabela 3: Coordenações do Colegiado do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica – PPGEE

Coordenador (a)Sub-coordenador (a)Período
1Mauro Monteiro de Andrade (DEE)abril/1972 a mar/1974
2Jurandyr Santos Nogueira (DEE)abril/1974 a mar/1976
3Amilar de Souza Marques (DEE)abril/1976 a fev/1978
4José Celso Borges de Andrade (DEE)mar/1979 a out/1981
5Magno Meirelles Ribeiro (DELT)nov/1981 a out/1982
6Magno Meirelles Ribeiro (DELT)mar/1983 a dez/1985
7Benjamim Rodrigues de Menezes (DELT)jan/1986 a nov/1988
8Selênio Rocha Silva (DEE)dez/1989 a dez/1993
9Fábio Gonçalves Jota (DELT)jan/1994 a dez/1995
10João Antônio de Vasconcelos (DEE)jan/1996 a dez/1995
11Rodney Rezende Saldanha (DEE)mar/1998 a fev/2000
12Luis Antônio Aguirre (DELT)mar/2000 a fev/2002
13Benjamim Rodrigues de Menezes (DELT)mar/2002 a dez/2003
14Benjamim Rodrigues de Menezes (DELT)jan/2004 a out/2005
10Hani Camille Yehia (DELT)nov/2005 a out/2007
11Hani Camille Yehia (DELT)nov/2007 a out/2009
12Reinaldo Martínez Palhares (DELT)nov/2009 a out/2011
13Reinaldo Martínez Palhares (DELT)nov/2011 a set/2013
14Rodney Rezende Saldanha (DEE)out/2014 a out/2016
15Rodney Rezende Saldanha (DEE)nov/2016 a nov/2018
16Luis Antônio Aguirre (DELT)Leonardo Antônio Borges Torres (DELT)dez/2018 a nov/2020
17Luis Antônio Aguirre (DELT)Leonardo A. Torres (DELT)dez/2020 a dez/2021/
18Frederico Gadelha (DEE)Eduardo Mazzoni Andrade Marçal Mendes (DELT)
jan/2022 a jan/2024

Desenvolvimento das Atividades de Pesquisa e Extensão

Pode-se dizer que os professores do DELT se dedicaram a elaborar propostas de projetos de pesquisa e a submetê-las aos editais das agências de fomento, quando disponíveis, na busca de recursos para a pesquisa. Muito trabalho, muitas vezes para conseguir poucos recursos, mas foram estes que propiciaram que o DELT continuasse desenvolvendo seus laboratórios de ensino e pesquisa. 

As atividades de extensão aconteciam com a oferta do Curso de Especialização em Automação Industrial – CEAI, criado em 1993, em oferta ampla ou específica para grupos de profissionais de uma determinada empresa, como a Petrobrás. Na realidade, desde os anos 70 o DELT fazia ofertas desses cursos de especialização como atividade de extensão. Nos anos 90, a Universidade reformulou a área, normatizando a Especialização como PG lato sensu, definindo carga horária mínima, e criando a exigência de submissão dos projetos para análise e aprovação da Câmara de Pós-graduação.

Os Laboratórios de Ensino e Pesquisa do DELT

Na década de 1990, a ex-Reitora da UFMG, Vanessa Guimarães Pinto, tornou-se Secretária de Ensino Superior do MEC. Por provocação dela e de seu vice-reitor, Professor Evando Mirra, o Professor Ronaldo Tadêu Pena elaborou um projeto para equipar os laboratórios do curso de graduação em Engenharia Elétrica. Os líderes de todos os laboratórios de ensino dos dois departamentos foram convidados a apresentar projetos bem definidos de equipamentos para os laboratórios respectivos. O projeto foi apresentado à SESU e assim foram captados no MEC R$100.000,00, valor à época muito próximo a US$100.000,00. 

Na área de controle, foi desenvolvido pelos professores José Carlos Rodrigues de Oliveira, Benjamim Rodrigues de Menezes, Fábio Gonçalves Jota e Ronaldo Tadeu Pena o LECI – Laboratório de Ensino de Controle e Instrumentação. Neste laboratório foi posteriormente desenvolvido, com apoio da SMAR, o STEC-NVT – Sistema de Tanques para Estudos de Controle de Nível, Vazão e Temperatura. Este sistema é continuamente utilizado nas aulas de Laboratório de Controle e Automação II, desde que a disciplina foi implantada no curso, tendo sofrido diversas atualizações de software e algumas de hardware, sob a coordenação da Profa. Maria Auxiliadora Muanis Persechini.

Na Pós-graduação, os professores Fábio Jota e Ronaldo Pena, com seus alunos, desenvolveram o LCPI – Laboratório de Controle de Processos Industriais. Projetos FAPEMIG coordenados pelos Prof. Fábio G. Jota e Ronaldo T. Pena, possibilitaram equipar o LCPI e desenvolveri inúmeros projetos, dentre os quais a modelagem da fábrica de oxigênio, o desenvolvimento de uma planta de tanques interativos, montada e instrumentada com tecnologias industriais, permitindo estudos de alto nível, e o desenvolvimento de diversos trabalhos de mestrado e doutorado. Podem-se citar estudos em dinâmica de válvulas, avaliação de desempenho de malhas de controle, sintonia de controladores, estratégias de controle, monitoramento estatístico, entre outros. Além dessa planta piloto, foram desenvolvidos outros protótipos aliados a trabalhos de graduação e pós-graduação, como o pêndulo duplo invertido, o sistema de controle de golfadas. O projeto CMUF – Centro de Monitoramento de Usuários Finais, totalmente desenvolvido no LCPI, foi um dos grandes projetos desenvolvido no LCPI, sob coordenação do Prof. Fábio G. Jota.

Após a aposentadoria do prof. Fábio G. Jota, o espaço do LCPI, passou a ser ocupado pelo LVAS – Laboratório de Validação de Sistemas, coordenado pela Profa Carmela Maria Polito Braga, mantendo-se boa parte da infraestrutura do LCPI, inclusive a planta piloto de tanques interativos-STI, e compartilhando outros recursos com outros laboratórios. O LVAS já existia em um espaço menor, e ao transferir-se para o novo espaço levou os diversos equipamentos que já possuía, adquiridos com recursos de projetos financiados pelo PROCEL e pela Cemig, via editais ANELL. A planta piloto STI teve sua infraestrutura de instrumentação e controle totalmente modernizada em 2015, com recursos dos projetos PeD em execução no laboratório. 

Tabela 4: Professores contratados no DELT entre 1990 e 1999

NomeAdmissão
Fabio Goncalves Jota1991
Hercules Pereira Neves13/09/91
Evandro De Oliveira Araujo30/01/90
Luciano De Errico25/02/97
Constantino Seixas Filho29/02/96
Marcos Antonio Severo Mendes16/01/98
Luis Antonio Aguirre11/08/95
Hercules Pereira Neves13/09/91
Hani Camille Yehia19/03/98
Fernando Jose Da Silva Moreira27/02/98
Cassio Goncalves Do Rego07/07/97
Benjamin Rodrigues De Menezes14/06/91

O DELT a partir do ano 2000

A criação do curso de Graduação em Engenharia de Controle e Automação continua impactando os concursos para docentes do DELT na década de 2000 até os dias atuais, dada a decisão do departamento de participação no projeto da UFMG para o Programa de Expansão das Universidades Federais – REUNI, patrocinado pelo MEC

 

Tabela 5: Professores contratados no DELT entre 2000 e 2009

NomeAdmissão
Carmela Maria Polito Braga

15/04/02

Maria Auxiliadora Muanis Persechini

21/05/02

Eduardo Mazoni Andrade Marcal Mendes

13/09/02

Leonardo Antônio Borges Torres

28/06/02

Luiz Themystokliz Sanctos Mendes

01/10/02

Odilon Maroja Da Costa Pereira Filho

29/08/02

Gustavo Guimarães Parma

20/03/02

Seleme Isaac Seleme Júnior

13/09/02

Reinaldo Martinez Palhares

18/09/02

Patrícia Nascimento Pena

20/06/08

Lenin Martins Ferreira Morais

24/06/08

Bruno Otávio Soares Teixeira

22/01/09

Luciano Cunha De Araujo Pimenta

11/11/09

Ricardo De Oliveira Duarte

16/11/09

Walmir Matos Caminhas

Tabela 6: Professores contratados no DELT entre 2010 e 2019

Nome

Admissão

Frank Sill Torres

01/07/10

Fernando De Oliveira Souza

05/08/10

Igor Amariz Pires

31/10/11

Hermes Aguiar Magalhaes

10/03/11

Andre Paim Lemos

25/07/11

Alexandre Rodrigues Mesquita

09/01/12

Maurilio Nunes Vieira

25/04/12

Alessandro Beda

14/12/12

Guilherme Vianna Raffo

08/01/13

Hugo Cesar Coelho Michel

15/01/13

Claudio Dias Campos

16/01/13

Adriano Vilela Barbosa

27/02/13

Janier Arias Garcia

15/01/15

Armando Alves Neto

29/02/16

Thiago Ribeiro De Oliveira

28/06/16

Alair Dias Junior

23/06/16

Leonardo Amaral Mozelli

19/01/17

Frederico Gualberto Ferreira Coelho

02/04/18

Andrea Chiuchiarelli

19/04/18

Victor Costa Da Silva Campos

11/05/18

Luciano Antonio Frezzatto Santos

28/05/18

Jhonattan Cordoba Ramirez

29/01/19

Gabriel Azevedo Fogli

01/02/19

Desenvolvimento das Atividades de Ensino

Graduação

Em 2007, no âmbito do REUNI foi aprovada pela UFMG a criação do curso noturno de Engenharia de Controle e Automação. Para elaborar as diretrizes fundamentais deste novo curso, foi designada uma comissão pelo Colegiado do Curso de Engenharia de Controle e Automação, formada pelos mesmos professores que participaram da 1a. Avaliação do Curso, ou seja, Fábio Gonçalves Jota, presidente; Luiz Themystokliz S. Mendes; Carmela Maria Polito Braga; e a representante discente, Deborah Grossi Haele Arnaut. Essa comissão, tomando como base o Projeto Pedagógico do curso Diurno de Engenharia de Controle e Automação, as indicações de revisão advindas do processo de avaliação realizado em 2005, e considerando as recomendações da comissão de implantação do REUNI, designada pela Reitoria da UFMG, elaborou o “Projeto Pedagógico do Curso Noturno de Engenharia de Controle e Automação”. No entanto, não foi possível realizar a reforma do curso diurno neste mesmo período, devido a dificuldades políticas na obtenção de anuências para o curso diurno, além do noturno. Priorizou-se, então, neste período, a criação do curso noturno.

A fim de unificar as matrizes curriculares das subdivisões diurna e noturna do curso de Engenharia de Controle e Automação, foi nomeada pelo Colegiado por meio da Portaria 14/10 de 04/10/2010 uma Comissão composta pelos professores Bruno Otávio Soares Teixeira, presidente, Camela Maria Polito Braga, Frederico Gadelha Guimarães e o representante discente Bruno Villani de Carvalho. Tomando como base o Projeto Pedagógico da subdivisão noturna, que é mais atualizado, essa Comissão trabalhou na missão de unificar as matrizes curriculares e fazer alguns ajustes. Discussões foram realizadas pelos membros do Núcleo Docente Estruturante do curso e a participação dos discentes foi efetivada por meio da atividade acadêmica Seminário de Avaliação do Curso, coordenada pela Prof.a Carmela Maria Polito Braga, por duas vezes. A partir de 2013, o Colegiado do Curso começou a discutir e aprovar as modificações sugeridas pela Comissão supracitada, e em 2017 retoma as negociações e a consolidação de anuências para as duas subdivisões de curso. O novo currículo unificado foi implantado em 2018, sob a coordenação da Profa. Carmela Maria Polito Braga, tendo como subcoordenador o Prof. Alexandre Mesquita, também professor do DELT, e teve impacto positivo significativo para os estudantes e para a coordenação do colegiado. O processo de migração dos alunos para o novo currículo ocorreu durante o ano de 2018, sendo que a grande maioria migrou, com sucesso, para o novo currículo.

Embora o acordo entre os departamentos de Engenharia Eletrônica e Engenharia Elétrica fosse de que, a cada mandato da coordenação do colegiado do curso de Engenharia de Controle e Automação, houvesse uma alternância entre professores do DELT e do DEE, na prática, o DELT teve maior participação na coordenação do curso, desde sua criação. As coordenações do curso, desde sua criação, estão relacionadas na Tabela 2.

Tabela 7: Coordenação do Colegiado do Curso de Engenharia de Controle e Automação

Coordenador (a)Sub-coordenador (a)Período
1Prof. Ronaldo Tadeu Pena (DELT)Prof.  Fábio Gonçalves Jota (DELT)dez/1997 a dez/1999
2Prof. Fábio Gonçalves Jota (DELT)Prof. Antônio de Pádua Braga nov/1999 a nov/2001
3Prof. Fábio Gonçalves Jota (DELT)Prof. Ronaldo Tadeu Pena (DELT)nov/2001 a maio/2002
4Profa. Carmela Maria Polito Braga (DELT)Prof. Ronaldo Tadeu Pena (DELT)maio/2002 a fev/2003
5Profa. Carmela Maria Polito Braga (DELT)Prof. Eduardo Mazoni Mendes - DELTfev/2003 a maio/2004
6Profa.  Maria Auxiliadora Muanis Persechini (DELT) Prof. Eduardo Mazoni Mendes - DELTabril/2004 a maio/2006
7Prof. Homero Nogueira Guimarães (DEE)Prof. Guilherme Augusto Silva Pereiramaio/2006 a dez/2007
8Prof. Guilherme Pereira (DEE) – pro temporedez/2007 a maio/2008
9Prof. Murilo Eugênio Duarte Gomes (DELT)Prof. Helder de Paula (DEE)maio/2008 a abril/2010
10Prof. Ricardo de Oliveira Duarte (DELT)Prof. Helder de Paula (DEE)abril/2010 a junho/2010
11Prof. Murilo Eugênio Duarte Gomes (DELT) – pro temporeProf. Helder de Paula (DEE)junho/2010 a set/2010 
12Prof. Walmir Matos Caminhas (DELT)Prof. Bruno Otávio Teixeira (DELT)set/2010 a mar/2012 
13Prof. Bruno Otávio Teixeira (DELT)Prof. Fernando de Oliveira Souza (DELT)abril/2012 a abril/2014 
14Prof. Bruno Otávio Teixeira (DELT) - pro temporeProf. Igor Amariz Pires (DELT) - pro temporeabril/2014 a out/2014 
10Prof. Igor Amariz Pires (DELT)Prof. Alexandre Mesquita (DELT)nov/2014 a fev/2017 
11Profa. Carmela Maria Polito Braga (DELT)Prof. Alexandre Mesquita (DELT)fev/2017 a fev/2019 
12Prof. Alexandre Mesquita (DELT)Prof. Renan Kozan (DEE)fev/2019 a fev/2021 
13Prof. Renan Kozan (DEE)Prof. Víctor Costa da Silva Campos (DELT)fev/2021 a fev/2023 

Destaca-se que a primeira secretária do colegiado do curso, foi a secretária do DELT à época, Ninon Rose, que assumiu as duas secretarias até que o curso conseguisse sua própria secretária. Logo após, assumiu a secretaria do colegiado a funcionária Nadir Rodrigues dos Santos, atualmente, desde 2020, assistente administrativa do DELT.

A criação do curso de Engenharia de Controle e Automação exigiu a criação de novos laboratórios de ensino no departamento para atender às demandas de disciplinas práticas e integradoras do curso, como Laboratório de Informática Industrial, Laboratório de Controle e Automação I e Laboratório de Controle e Automação II. Para isso foram concebidos um Laboratório de Automação, onde seria ofertado o curso de Laboratório de Informática Industrial, e dois laboratórios de Controle, um de processos secos e outro de processos úmidos. Esses laboratórios foram concebidos para ter plantas- piloto, onde os alunos pudessem aplicar as técnicas e tecnologias de instrumentação, controle e automação. Esses laboratórios foram desenvolvidos com os poucos recursos oriundos de projetos de pesquisa, algumas doações e aproveitamento de recursos existentes, com novos usos, novos projetos e muito desenvolvimento feito nos próprios laboratórios, com auxílio de alunos bolsistas, de projetos acadêmicos financiados pela Pró-Reitoria de Graduação. Algumas plantas-piloto foram desenvolvidas e montadas no DELT, como STEC (orientação do Prof. Ronaldo Pena), ainda operacional e fundamental para as aulas de Laboratório de Controle e Automação II; a Torneira Elétrica, modernizada em várias versões, também operacional ainda; plantas com tanques menores para controle de nível; um forno elétrico a lâmpada incandescente e um sistema de levitação magnética, entre outros. Outras plantas- piloto foram compradas prontas para uso, como o sistema massa-mola, o sistema de controle de velocidade de um motor DC, e o sistema CNC com acionamento pneumático da Festo. Esses módulos foram especificados e comprados pelos professores Ronaldo Tadêu Pena e Fabio Gonçalves Jota, sobretudo. Mas a montagem dos laboratórios, com a retirada dos equipamentos das caixas, a montagem, a colocação em operação, o desenvolvimento de aulas práticas e seus roteiros foram desenvolvidos com a colaboração intensa de outros professores, também, em especial Maria Auxiliadora Muanis Persechini, para o curso de Laboratório de Controle e Automação II,  Carmela Maria Polito Braga e José Carlos Rodrigues de Oliveira, para o curso de Laboratório de Controle e Automação I. 

Posteriormente, o Prof. Leonardo Torres ajudou a adquirir outros módulos de ensino para este laboratório, com recursos de seus projetos de pesquisa, como o rotor duplo, e desenvolveu novas aulas práticas. Os professores Leonardo Torres e José Carlos introduziram o Projeto Desafio neste curso, com uma abordagem de metodologia ativa.

Devido às características do Laboratório de Controle e Automação II, para realizar as práticas são necessários diferentes equipamentos, plantas-piloto e ferramentas de software, que possam reproduzir situações reais de controle e automação industrial. Ao longo dos anos, essa situação imprimiu um grande dinamismo ao laboratório e um esforço permanente para mantê-lo atualizado, tanto em relação aos roteiros de aula quanto em sua infraestrutura de hardware e software, para atender as constantes novas demandas tecnológicas. Para manter o Laboratório atualizado foi fundamental o auxílio de bolsistas, por meio de programas de bolsas acadêmicas como PAE, PID e ProNoturno, obtidas em projetos coordenados pela Profa. Maria Auxiliadora. Além disso, novos equipamentos e plantas piloto foram adquiridos por meio de projetos e recursos de professores do DELT.

O curso de Laboratório de informática Industrial, foi inicialmente desenvolvido pela professora Carmela Maria Polito Braga, com apoio do professor Constantino Seixas, com os recursos disponíveis no departamento. Inicialmente, sem recursos adequados, foi utilizado o software de programação do CLP ALTUS AL1000, disponível na planta-piloto de tanques Interativos do Laboratório de Controle de Processos Industriais (Laboratório de pesquisa), com testes limitados à implementação dos códigos, para a programação de CLPs convencionais à época (2000). A programação em ambiente padrão IEC 61131-3, mais moderna, só era possível em ambiente simulado, com o pacote ISAGRAF, em versão gratuita, obtido por meio do Prof. Constantino Seixas. A integração CLP e SCADA era feita utilizando-se um módulo esteira, montado com Legos (disponíveis), acionado por um controlador Z-World (disponível), programável em C, em que eram executadas as lógicas de controle, integrado com o software SCADA InTouch (também disponível), onde eram implementadas as telas de operação e supervisão do processo. 

O curso de Laboratório de Informática Industrial foi remodelado pela professora Carmela Maria Polito Braga, após 1,5 anos, quando foi recebido um único CLP da GE Fanuc, o 9030, obtido como doação, conseguida pelo Prof. Ronaldo Tadêu Pena. Foi desenvolvido um módulo de teste, com Lâmpadas neon e chaves jota, para testes dos programas desenvolvidos no CLP, com leitura de entradas e acionamento físico de cargas, por meio dos cartões de entrada e saída do CLP. Esses desenvolvimentos contaram com o auxílio do discente de Engenharia de Controle e Automação à época, Roberto Aquino. 

Os grupos de estudantes testavam seus programas durante as aulas práticas, um de cada vez, no único CLP disponível. Posteriormente, o módulo com controlador Zworld foi dispensado e a integração CLP e SCADA, via protocolo OPC, passa a ser feita com o CLP GE Fanuc e o SCADA Intouch. Os professores Luiz Themystokliz S. Mendes, Carmela Maria Polito Braga e Maria Auxiliadora M Persechni contribuíram com melhorias e desenvolvimentos para as aulas de integração entre CLP e SCADA, utilizando este CLP e o Intouch.

Era preciso uma solução para que os estudantes tivessem mais contato com esses conceitos e essas tecnologias, tão centrais na área de Controle e Automação. Graças a um projeto de Capacitação Laboratorial, cujo edital foi indicado pelo professor Ronaldo Pena, à época Pró-Reitor de Planejamento, financiado pela Eletrobrás e coordenado pela professora Carmela Maria Polito Braga, iniciou-se em 2005 o desenvolvimento do módulo MICA – Módulo de Instrumentação, Controle e Automação. Este módulo foi desenvolvido no Laboratório de Validação de Sistemas, laboratório de pesquisa do DELT, em colaboração com o professor Anísio Rogério Braga, atualmente professor do COLTEC, que veio a tornar-se o equipamento central do curso de Laboratório de Informática Industrial. Esse equipamento foi concebido e desenvolvido para ser portátil e ocupar pouco espaço em bancada, para viabilizar sua instalação ao lado de um PC, possuindo os recursos necessários para ensinar programação de CLPs, implementação de projetos de controle lógico e sequencial e controle regulatório com CLPs. Com ele, o curso de Laboratório de Informática Industrial foi remodelado, contando com a colaboração dos professores que, então, ministravam esta disciplina, Luiz Themystokliz S. Mendes, Carmela Maria Polito Braga e Maria Auxiliadora M. Persechini, com melhorias substanciais na qualidade das aulas. Desde 2007 esse curso de Laboratório é integralmente desenvolvido com o módulo MICA. 

O MICA teve depósito de patente realizado em 2009, por orientação da CTIT, e o licenciamento da patente, sem exclusividade, foi realizado para a empresa Analógica, que industrializou a produção dos módulos. Posteriormente, com recursos do Projeto Reuni, foram adquiridos 13 novos módulos MICA da Analógica, reaproveitando os CLPs dos quatro protótipos utilizados até então. Isso permitiu a alocação de dois alunos por grupo, em seis bancadas por laboratório, o que representou um grande salto de qualidade didática do ensino nesta área. A CARTA PATENTE do MICA, No PI 0912486-1, foi expedida em 04/05/2021.

Desde 2008, foi introduzida a disciplina de Laboratório de Instrumentação Industrial no curso de Engenharia de Controle e Automação. Este curso de Laboratório foi concebido para ser ofertado no Laboratório de Automação, utilizando-se dos recursos disponíveis no MICA e os softwares do Laboratório de Automação, além de outros que precisaram ser adquiridos com recursos do REUNI.

Os laboratórios do DELT foram reestruturados para abrigarem o curso noturno, que demandou a duplicação do Laboratório de Automação, para permitir a oferta simultânea de duas turmas de Laboratório, a partir de definição da Câmara Departamental do DELT. Essa duplicação foi possível graças aos recursos provenientes do REUNI para o curso noturno, e que permitiu a compra de novos módulos MICA e novas bancadas, disponibilizando 6 bancadas estruturadas em cada um dos Laboratórios de Automação. Os equipamentos específicos para o curso de Laboratório de Instrumentação também foram adquiridos com recursos do REUNI, o que permitiu a aquisição de padrões de medida, calibradores industriais de pressão, de loop de corrente, sensores variados, e banhos com controle de temperatura, entre outros. A professora Carmela Maria Polito Braga assumiu o desenvolvimento do curso de Laboratório de Instrumentação Industrial, tendo obtido recursos por meio da aprovação de um projeto de ensino, submetido à PROGRAD, para custear um bolsista por dois anos, na tarefa de implementação e testes das aulas propostas. Foram definidos os conteúdos e recursos necessários, e desenvolvidos propostas e roteiros para todas as aulas deste curso. Foram desenvolvidos circuitos variados de condicionamento de sinais para os sensores de temperatura, de pressão e para as células de carga utilizadas no desenvolvimento das balanças eletrônicas do laboratório. O desenvolvimento destes circuitos contou com a colaboração do Prof. Anísio Rogério Braga, do COLTEC, e do Prof. Hugo César Coelho Michel, do DELT. Após o ingresso do Prof. Hugo Michel no departamento, em 2011, como professor, este passou a colaborar sistematicamente com melhorias nos módulos de ensino e nas aulas práticas desenvolvidas para este curso de Laboratório.

Outro recurso importante para os Laboratórios de Automação adquirido com recursos do Reuni, são os CCMs (Centro de Controle de Motores), com seis gavetas tipo partida direta, com relé inteligente, desejados desde a implantação do curso. Com eles são introduzidos conceitos e tecnologias importantíssimas para a área industrial no curso de laboratório. Em 2018 foram comprados 12 motores, com recursos do colegiado do curso de Engenharia de Controle e Automação, para que cada laboratório disponha de um motor e uma gaveta no CCM para o acionamento dele, integrada ao controle executado no CLP do MICA. O Prof. Hugo César Coelho Michel desenvolveu, com um aluno orientado em Projeto Final de Curso, um módulo para acomodar de forma segura e didática os motores de cada laboratório. 

Em 2019 uma comissão de professores do DELT, composta por Carmela Maria Polito Braga, coordenadora, Maria Auxiliadora Muanis Persechini, Alexandre Rodrigues Mesquita, Hugo César Coelho Michel, Walmir Matos Caminhas, Bruno Otávio Teixeira e Hermes Aguiar Magalhães, criou um laboratório aberto, denominado FabLab Eletrônica, instalado na sala 1200. Seu funcionamento iniciou-se em outubro do mesmo ano, oferecendo recursos necessários e suficientes, alguns que já eram disponíveis no DELT, outros doados por laboratórios do departamento, outros adquiridos com recursos de projeto dos professores Walmir Matos Caminhas (mobiliário customizado) e Leonardo Torres (bancos e ferramentas). importante destacar que o mobiliário deste laboratório foi cuidadosamente projetado pelo Professor Walmir Matos Caminhas, que tem a marcenaria como hobby, a partir do layout proposto pela Comissão.

O início do seu funcionamento em 2019/2 teve grande sucesso, com uso intensivo pelos estudantes, para o desenvolvimento de projetos acadêmicos como trabalhos de disciplinas, de projetos orientados, desafios, competições e projetos finais de curso ou mesmo projetos independentes, voltados para a inovação. A inspiração e a motivação vieram da necessidade de atendimento ao perfil atual dos estudantes, que clama por métodos e recursos de aprendizagem que os desafiem de forma dinâmica, criativa e interativa, oferecendo orientação, espaço adequado e recursos. Vieram, também, das novas diretrizes curriculares para o ensino de Engenharia no Brasil, aprovadas em 23 de janeiro de 2019, que definem uma inserção curricular comprometida com a formação de competências, implicando a inserção dos estudantes na construção de soluções para problemas que irão enfrentar em sua prática profissional. O DELT disponibiliza seus técnicos em Eletrônica para atendimento aos estudantes no laboratório, por enquanto em dois turnos, tarde e noite, o que constitui mais uma ação do departamento para melhoria de suas funções de ensino, com apoio profissional aos estudantes. 

A chegada de novos professores, com formações distintas nas áreas de competência do DELT, permitiu uma expansão de oferta de disciplinas e outras atividades acadêmicas por parte do departamento, como Robótica, IoT, Microeletrônica, Detecção e Isolamento de Faltas, Reconhecimento de Padrões, Engenharia/Ciência de dados, Inteligência artificial, Monitoramento de Sistemas e Processos, por exemplo.

 

Pós-Graduação

O DELT tem 30 professores participantes do PPGEE em 2020, em 6 linhas de pesquisa, quais sejam, Eletrônica de Potência (EP), Engenharia Biomédica (EB), Modelagem, Análise e Controle de Sistemas Não Lineares (MACSIN), Controle, Automação e Robótica (CAR), microeletrônica e Microssistemas (MeMSs), Inteligência Computacional (IC), Antenas e Propagação de Ondas de Rádio e Eletromagnetismo Aplicado (APE). 

Dentre estes professores, relacionam-se os seguintes, bolsistas de produtividade em pesquisa (PQ) do CNPq:

 

Tabela 8: Professores do DELT bolsistas de produtividade do CNPq

NomeBolsa PQ
Antônio de Pádua Braga1D
Bruno Otávio Soares Teixeira2
Cássio Gonçalves do Rego2
Eduardo Mazoni Andrade Marçal Mendes1D
Fernando de Oliveira Souza2
Fernando José da Silva Moreira1C
Guilherme Vianna Raffo2
Hani Camille Yehia2
Leonardo Amaral Mozelli2
Leonardo Antônio Borges Tôrres1D
Luciano Cunha de Araújo Pimenta2
Luis Antonio Aguirre1A
Reinaldo Martinez Palhares1B
Walmir Matos Caminhas1C

Técnico administrativos contratados no DELT entre 2000 e 2019

Um reconhecimento especial deve ser feito ao técnico em movelaria Mauricio Moreira Rodrigues, aposentado em 2019, que contribuiu muito em diversas demandas de professores do DELT, seja criando e montando móveis, como ajudando a construir artefatos e partes para diversos módulos de ensino desenvolvidos pelos professores e para projetos de pesquisa e desenvolvimento. Apenas para ilustrar um pouco da sua atuação, o móvel de bancada de atendimento da secretaria do colegiado do Curso de Engenharia de Controle e Automação foi construído por ele; as bancadas do primeiro Laboratório de Automação foram adaptações feitas por ele, de mesas antigas do DELT; as bancadas dos novos Laboratórios de Automação, após duplicação, também foram feitas por ele, assim como a estante de exposição de controladores antigos, deste mesmo laboratório

 

Laboratórios de Ensino e Pesquisa do DELT

Em 2020 o DELT possui uma considerável infraestrutura laboratorial para ensino, pesquisa e desenvolvimento, fruto do trabalho de diversos professores e dos recursos advindos de projetos de pesquisa e desenvolvimento e projetos de ensino coordenados por esses professores, além dos recursos do REUNI, como mencionado na seção 3.5. A Tabela 9 relaciona os laboratórios de ensino do DELT enquanto a Tabela 10 relaciona os laboratórios de pesquisa, em cada uma relacionando a localização e o professor responsável no ano em referência.

Tabela 9: Laboratórios de Ensino do DELT em 2020

Nome do LaboratórioLocalização Professor Responsável
BlocoSala
Laboratório de Eletrônica011100Thiago Ribeiro de Oliveira
Laboratório de Eletrônica Digital011101 /1102Jhonattan Córdoba Ramírez
Laboratório de Eletrônica de Potência011103Lenin Martins Ferreira Morais
Laboratório de Controle I011203Alexandre Rodrigues Mesquita
Laboratório de Controle II011202Maria Auxiliadora M.Persechini
Laboratório de Automação011204 /1205Luiz Themystokliz S. Mendes
FabLab Eletrônica011200Carmela Maria Polito Braga

Tabela 10: Laboratórios de Pesquisa do DELT em 2020

Nome do LaboratórioLocalização Professor Responsável
BlocoSala
Laboratório de Telecomunicações012300Andrea Chiuchiarelli
Simulação - PAC012500Patrícia Nascimento Pena
Projetos Especiais012501Maria Auxiliadora Muanis Persechini
Laboratório de Circuitos Impressos012503Phelipe Batista Gomes
MACSIN012504Luis Antonio Aguirre
CEFALA - Centro de Estudos da Fala, Acústica, Linguagem e Música012505Hani Camille Yehia
Rede e Sistemas Distribuídos012506Luciano de Errico
Inteligência Computacional – LITC012507Antônio de Pádua Braga
D!FCOM - Laboratório de Diagnóstico de Falhas, Controle, Otimização e Modelagem012508Reinaldo Martinez Palhares
Validação de Sistemas – LVAS012509Carmela Maria Polito Braga
Laboratório de Controle e Robótica012513Guilherme Vianna Raffo
Eletrônica de Potência012514Lenin Martins Ferreira Morais 
Eletrônica de Potência012841Thiago Ribeiro de Oliveira
Sistemas Inteligentes – LSI012515Ricardo de Oliveira Duarte
Antenas012516Fernando José da Silva Moreira
CTPMag - Centro de Tecnologia e Pesquisa em Magneto-ressonância Laboratório Institucional de Pesquisa
CPDEE
Inova
FundosEduardo Mazoni Andrade M. Mendes

Desenvolvimento de Atividades de Pesquisa e Extensão

Nestas duas décadas, de 2000 a 2009 e 2010 a 2019, os projetos de P&D via editais ANEEL, sobretudo com a CEMIG, mas também com outras concessionárias, e via editais da Petrobrás, frutificaram entre os professores do DELT. Projetos de porte e relevância foram desenvolvidos gerando, em alguns casos, soluções e produtos instalados nas unidades produtivas das empresas respectivas. Além disso, propiciaram recursos para melhoria da infraestrutura dos laboratórios de ensino e pesquisa e para bolsas de estudo. Estes recursos constituíram e continuam a constituir um aporte importante para a formação de alunos de graduação e de pós-graduação em pesquisa aplicada e desenvolvimento.

O contato com as empresas propiciada pelos projetos P&D e pelo curso de especialização propiciaram uma maior proximidade com as mesmas e com os problemas que enfrentavam, criando um ambiente favorável para que outros professores e grupos de pesquisa se motivassem a escrever propostas de projetos P&D e submeter em novos editais.

Participação dos professores do DELT na Gestão Acadêmica da Escola de Engenharia e da UFMG

O DELT tem contribuído com a gestão acadêmica da universidade, para além das inúmeras gestões em coordenações de Cursos de Graduação e de Pós-Graduação. 

O departamento teve dois professores como diretores da Escola de Engenharia, o professor Ronaldo Tadêu Pena (1990 – 1994) e o professor Benjamin Rodrigues de Menezes (2010 – 2014). 

O professor Benjamin Rodrigues Menezes foi Diretor da CTIT- Coordenadoria de Transferência e Inovação Tecnológica da UFMG (03/2001 a 03/2002), e contribuiu neste período com a criação da INOVA, incubadora de empresas da UFMG. Foi, também, Diretor Executivo da FCO-Fundação Christiano Ottoni (09/2014 a 02/ 2017). O Prof. Benjamim Rodrigues de Menezes, tornou-se Professor Emérito da Escola de Engenharia em 2021.

O professor Ronaldo Tadêu Pena foi, também, Pró-Reitor de Planejamento em duas gestões, do Prof. Francisco César de Sá Barreto (2000-2002) e da Profa. Ana Lúcia Gazzola (2002-2006). O professor o Prof. Ronaldo Tadêu Pena foi, também, Reitor da UFMG (2006 – 2010), em mandato marcante, responsável, entre muitas outras coisas, por desenvolver e implementar o Projeto Reuni – Restruturação e Expansão das Universidades Federais, da UFMG, que permitiu a expansão de vagas discentes, a criação de novos cursos, a construção dos edifícios dos três CAD’s – Centros de Atividades Didáticas, a consolidação e expansão do complexo de edifícios da Escola de Engenharia, recursos para laboratórios, admissão de novos professores e técnico-administrativos em educação. Foi, também, diretor-presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), de setembro de 2010 a março de 2018.

O professor Paulo Fernando Seixas foi Diretor de Tecnologia da Informação na Gestão do professor Ronaldo Tadêu Pena (2006-2010), sendo responsável pela especificação e implantação do Diário Eletrônico na UFMG, Sistema de Matrícula na Pós-graduação.

A professora Carmela Maria Polito Braga foi Pró-Reitora Adjunta de Graduação, na gestão do professor Ronaldo Tadêu Pena (2006-2010) e no primeiro ano do mandato do professor Clélio Campolina Diniz (2010). 

O professor Walmir Matos Caminhas foi Pró-Reitor Adjunto de Graduação na gestão do professor Clélio Campolina Diniz (2013-2014) e na gestão do professor Jaime Arturo Ramirez (2014-2018). Foi, também, Diretor de Relações Institucionais da da FUMP (2015-2020). Atualmente é diretor da Fundep.

O professor Bruno Otávio S. Teixeira foi Pró-Reitor Adjunto de Graduação, na gestão da professora Sandra Goulart Almeida (2018 – 2022) e assumiu a função de Pró-Reitor de Graduação no segundo mandato da professora Sandra Goulart Almeida, iniciado em abril de 2022.

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